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Sai Cida Gonçalves e entra Márcia Lopes (Foto: Ricardo Stuckert) |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, nesta segunda-feira, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, após a titular da pasta enfrentar meses de fritura. Em seguida, o chefe do Executivo deu posse à substituta, Márcia Lopes, que foi ministra do Desenvolvimento Social no fim do segundo mandato de Lula, em 2010.
De olho nas eleições de 2026, o governo espera que Márcia faça uma gestão combativa, com mais entregas e visibilidade nas redes sociais. A troca mantém a pasta sob o comando do PT, partido ao qual tanto Cida quanto Márcia são filiadas.
A agora ex-ministra era criticada dentro do governo pela falta de entregas de sua gestão. Além disso, foi alvo de denúncias por assédio moral contra servidores.
Márcia e Cida estiveram juntas no encontro, nesta segunda-feira, com Lula no Palácio do Planalto. Elas também conversaram com a imprensa após o anúncio. Ressaltaram que haverá continuidade na gestão do ministério, em acenos para minimizar o impacto da demissão da então ministra.
Questionada sobre a exoneração, Cida atribuiu a uma "mudança de momento" e negou ter cometido irregularidades. "Eu estou tranquila, leve, feliz. Não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa. Não é isso. É uma troca de rumo, de momentos", sustentou. "Tem hora que você está no limite do esgotamento daquilo que você pode avançar, ampliar. E gente nova chega com novo olhar, com uma outra perspectiva."
Ela afirmou que não vai assumir nenhum outro cargo no governo e que voltará ao movimento de mulheres. "Estamos em um momento em que se precisa renovar algumas coisas. Acho isso importante. Tenho mais o perfil de gestora e também quero voltar para o campo de onde eu venho. Então, isso é uma construção minha e do presidente, com muita tranquilidade", pontuou.
Cida foi denunciada à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República após supostos casos de assédio moral relatados por servidores do ministério. Ela também teria se omitido em um caso de racismo cometido contra uma funcionária. A CEP arquivou o processo em fevereiro, por falta de provas.
"Foi arquivado o processo na Comissão de Ética. Apesar de isso estar sendo dito permanentemente, isso foi arquivado. Não existe. Nós não temos denúncia no Ministério das Mulheres. Portanto, isso é tranquilo, tanto para mim quanto para o presidente", frisou Cida.
Por sua vez, Márcia Lopes disse estar honrada com o convite e afirmou que dará continuidade ao trabalho de Cida. Segundo ela, o maior desafio é fazer com que as ações cheguem a todas as mulheres do país.
"O
presidente Lula disse que ele quer ver as mulheres mais contentes, mais
protegidas, quer que as mulheres, em cada um dos 5.572 municípios neste país,
sintam-se respeitadas, acolhidas, ouvidas e escutadas", disse. "Que
nenhuma mulher deixe de comer porque não tem dente na boca, que não tenha que
dormir num barraco onde tem goteira, que não tenha que perguntar a linha do
ônibus porque é analfabeta. Que as mulheres deixem de sofrer tanta
violência", acrescentou.
Publicado
originalmente no Correio Braziliense
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