5 de abril de 2018

Manifestações pró e contra Lula ocorreram em 11 capitais

Manifestação a favor de Lula percorreu ruas do Centro de Fortaleza na tarde de ontem (Foto: Fabio Lima)
Antes dos primeiros votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes favoráveis e contrários à concessão do habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupavam as ruas pelo País na tarde de ontem. Os atos foram registrados em 11 capitais brasileiras e expunham a expectativa em torno do julgamento e acirramento político que devem se manter após a decisão da Corte.

Em Fortaleza, não havia atos contrários a Lula programados. Já os manifestantes a favor do ex-presidente se concentraram na Praça da Bandeira (Clóvis Beviláqua), no Centro. O presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, considerou que a provável prisão de Lula poderá ampliar a divisão política da sociedade e provocar reações. “Não podemos imaginar que um presidente que tem o peso eleitoral como Lula seja encarcerado e o País fique quieto, calado. Isso jamais acontecerá”, argumentou.

“Este País será convulsionado, porque nós não vamos permitir que se leia a Constituição para a esquerda, em especial ao PT, e essa mesma Constituição não seja lida em casos mais escabrosos como o do Aécio Neves”, declarou o dirigente.

Os manifestantes seguiram em caminhada até a praça Murilo Borges, em frente à sede da Justiça Federal no Ceará. A movimentação provocou surpresa nos frequentadores das ruas do Centro. O clima de divisão ficou evidenciado pelo comportamento dos curiosos.

Contrária à prisão de Lula, a operadora de caixa Elenice Gomes, 29, saía do trabalho quando se deparou com o ato. “Se ele for para a cadeia, tem de levar todos os outros”, posicionou-se. Mesmo tendo que esperar mais para voltar para casa, por causa do ato, ela aprovou o movimento. “É importante porque é através disso que a gente se expressa”, considerou.

Durante a passagem pela avenida Duque de Caxias, um motorista de ônibus ameaçou furar o bloqueio dos manifestantes. Houve reação contra a tentativa do condutor em furar o bloqueio, assim como contra a passagem do cortejo.

O engenheiro Antônio da Silveira, 63, acompanhou com indignação o protesto. “Defender o Lula é defender tudo o que ele fez de errado. O povo, infelizmente, está na ilusão”, disse.

Ainda durante a concentração, o pré-candidato à Presidência da República pelo Psol, Guilherme Boulos, que está em Fortaleza desde ontem, criticou o processo de condenação a que Lula é submetido. Para ele, as decisões são políticas.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que, ontem, o Supremo estava entre fazer cumprir a Constituição e “ceder à chantagem” do general Eduardo Villas Bôas. O militar publicou, às vésperas do julgamento do ex-presidente, que o Exército “repudia a impunidade” e está “atento às suas missões institucionais”.

“O general tomou uma atitude irresponsável, chantageando o Supremo e insinuando qualquer tipo de intervenção. O Brasil não vai aceitar voltar a 64”, disse Boulos.

Em Brasília, onde ocorreu o maior ato registrado no País, manifestantes pró e contra Lula foram separados por um cordão da Polícia Militar montado na Esplanada dos Ministérios. No lado contrário à concessão do habeas corpus, houve espaço para cartazes e faixas em apoio à intervenção dos militares no País.

Atos pró-Lula aconteceram ainda em Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Aracaju, Recife, Manaus, Salvador, Maceió e Teresina.

Com informações portal O Povo Online

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