3 de setembro de 2023

Jornalistas são barrados na entrada de evento do PL Mulher em Brasília

Alguns profissionais  conseguiram entrar, por não estarem identificados, mas foram retirados logo depois (Foto: Fernanda Strickland)

O Encontro Distrital do PL Mulher, realizado ontem (02/9) no Hípica Hall, em Brasília, foi vetado à imprensa. Logo na entrada, jornalistas que foram convidados e fizeram credenciamento foram barrados. Veículos, como Correio Braziliense, Estadão, Poder 360, CNN, SBT, Jovem Pan foram impedidos de entrar. Houve veículos que conseguiram entrar, por não estarem identificados, entretanto, foram retirados logo depois.

O evento, foi transmitido no canal do YouTube do PL, contou com a presença de Michelle Bolsonaro, a deputada federal Bia Kicis e a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão.

Seguranças do evento informaram à equipe do Correio Braziliense que o impedimento do trabalho da imprensa ocorreu porque não havia um espaço reservado aos jornalistas.

O evento ocorre dois dias depois de Michelle e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) serem intimados a prestarem um depoimento simultâneo na Polícia Federal (PF), que investiga o esquema de venda ilegal de joias recebidas pela Presidência da República.

Michelle diz ser alvo de "narrativas"

Em seu discurso a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro afirmou que levou muitas pedradas da imprensa. "Eu chorei muito, eu tive depressão em 2019, eu pensei em morrer, por causa de tantos ataques que surgiram da mídia. Eu cheguei só querendo fazer o bem, como muitos aqui, fazem o bem e sofrem", afirmou Michelle. "Infelizmente eles atiraram pedradas, falaram mal das minhas filhas", disse.

Na PF, na sexta-feira (1/9), Bolsonaro e Michelle ficaram calados. A ex-primeira-dama classificou como "narrativas" as acusações contra ela e afirmou que está sendo alvo de difamação e de uma tentativa de assassinato de reputação; E pontuou ainda que o apoio das correligionárias do PL se mostra importante para enfrentar a situação.

"Não liguem para as narrativas que estão construindo para nos difamar, para assassinar a nossa reputação. Estão querendo apagar o nosso legado", disse.

Em uma nota publicada nas redes sociais, a ex-primeira-dama justificou que preferiu ficar em silêncio durante a oitiva porque o Supremo Tribunal Federal (STF), que acompanha as investigações policiais e autoriza operações, quebras de sigilo e buscas, não seria competente para o caso.

Críticas a Lula

Michelle também fez crítica a Luiz Inácio Lula da Silva e chamou sua gestão de "desgoverno" e a relacionou a um "campo minado". Ao comparar o atual governo com o do seu marido, citou um provérbio da Bíblia: "Quando o justo governa, o povo se alegra, mas o ímpio governa, o povo não chora não, o povo geme".

"Aquele presidente que não perdeu as eleições, aquele que elegeu a maior bancada conservadora do Congresso, aquele presidente que colocou o nome do Deus acima de tudo, aquele presidente que resgatou o amor, o patriotismo e plantou uma semente que deixou um legado patriótico. E isso ninguém vai apagar", afirmou Michelle.

Pedrada

Segundo a ex-primeira-dama, sua família também foi atacada pela imprensa. "Chegaram a falar mal da minha filha, que estava às vésperas de completar 12 anos. Uma jornalista usou uma palavra de baixo calão com a minha filha. Isso entristece o coração de qualquer mãe", afirmou.

Porém, segundo Michelle, ela usou os ataques para ficar mais forte. "Mas eu quero dizer para vocês que hoje eu sou a mulher que eu sou, eu me tornei a mulher forte que eu sou, graças a pedrada de todos vocês [se referindo a imprensa]", declarou.

"Eu tenho até que agradecer, porque se eu não estivesse passado por todas essas dificuldades, hoje eu não estaria lutando fielmente, com unhas e dentes pelo que eu acredito, pelo que eu quero fazer pelo meu Brasil", completou.

Puxão de orelha

O encontro do PL Mulher contou ainda com as presenças da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e da deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Bolsonaro chegou no fim do encontro interrompendo o discurso de uma correligionária e recebendo um "puxão de orelha" da ex-primeira-dama por ter chegado "um pouco antes da hora".

Em um rápido pronunciamento, Bolsonaro não fez as costumeiras críticas a Lula, e afirmou, num reconhecimento raro, que as eleições do ano passado devem ser consideradas como uma "página virada".

"A vocês, eu só tenho o que agradecer o apoio ao longo dos quatro anos. Dei tudo de mim nesses quatro anos. Consideremos o ano passado uma página virada", disse.

Com informações portal Correio Braziliense

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