4 de setembro de 2023

O professor e a tecnologia: encontro necessário, por Cleyton Monte

Pesquisas apontam que aulas mais conectadas com o mundo digital despertam maior curiosidade e atenção dos estudantes (Foto: Divulgação/Facebook)

As mudanças sempre chegam, a questão é como encará-las. Vivemos um tempo marcado por transformações profundas e velozes na educação. Após dez anos de retrocessos, o governo federal está retomando investimentos, discutindo a nova matriz do ensino médio, além de ter prometido expandir as escolas de tempo integral. As tecnologias da informação e comunicação (TICs) são centrais nessa discussão. É importante sabermos o que queremos atingir com o estudante ficando mais tempo em sala de aula. O ensino tem que ser mais atrativo e atual. Mais ainda. De que forma os professores estão enfrentando essa realidade?

A pandemia da Covid deixou claro nossas dificuldades com as TICs. Professores de todos os níveis enfrentaram uma série de obstáculos para planejar e avaliar suas atividades utilizando ferramentas digitais. O estado do Ceará, que apresenta interesse e avanços nessa discussão é um ponto fora da curva. No geral, os governos ainda tratam a questão de forma secundária. A formação do corpo docente é falha nesse ponto. A rede de escolas padece de dificuldades básicas: a conectividade e o parque tecnológico são entraves gigantescos.

Em tempos de inteligência artificial e metaverso, não é possível buscar o conhecimento em cenário tão arcaico. Várias pesquisas apontam que aulas mais conectadas com o mundo digital despertam maior curiosidade e atenção dos estudantes, principalmente da geração Z. É claro que diante desse panorama devemos considerar o cotidiano dos nossos mestres. Mesmo tendo apresentado melhoras significativas nos últimos anos, ainda pagamos baixos salários, temos carreiras com baixa atratividade e submetemos os profissionais a jornadas extenuantes.

Para além de valorização permanente da carreira — que deve ocorrer nos três níveis (municipal, estadual e federal) —, temos que interligar o universo da sala de aula com as pesquisas das universidades. Experiências exitosas saem desse encontro fértil e devem contar com o apoio decisivo do Estado, uma vez que as grandes escolas privadas já estão renovando suas estruturas e formas de ensino.

Não podemos deixar a escola pública ficar para trás. A experiência mostra que esse desafio não pode ser enfrentado somente selecionando escolas modelo ou doando notebooks — envolve toda uma mudança de paradigma na cultura educacional.

Publicado originalmente no  portal O Povo +

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