30 de janeiro de 2011

Crato: depois do caos, hora de ver o que se salvou

Moradores e comerciantes do Crato aproveitaram o sol de sábado para
limpar a sujeira e ver o que se salvou da enchente - foto Rafael Cavalcante

Os dois primeiros dias após as enchentes foram insuficientes para arrumar a casa ou o estabelecimento comercial. Moradores do Crato, na Região do Cariri, trabalham dia e noite, retirando lama, lixo e organizando o que o rio Granjeiro deixou depois que o canal, por onde as águas passam, transbordou nas primeiras horas da última sexta-feira. Segundo os dados preliminares da Coordenadoria da Defesa Civil, 3.200 pessoas foram atingidas, 250 estão desabrigadas, 40 desalojadas, 111 casas foram afetadas, sendo que 10 caíram e seis pessoas continuam internadas em
hospitais do município.

Equipes da Defesa Civil Municipal e do Corpo de Bombeiros continuam visitando os bairros atingidos e estão de alerta para qualquer emergência. Os dados oficiais só serão anunciados amanhã ou terça-feira. “As ocorrências vão sendo contabilizadas à medida que as equipes visitam os locais”, disse ao O POVO, o capitão Francisco Sobrinho.

Ele cita, entre as ocorrências atendidas pelo órgão, desabamento de residências, quedas de árvores, retirada de carros do canal e de famílias das áreas de risco.

Perdas
Dono de uma mercearia há 24 anos, Silvestre Berto Caçula acha que vai demorar mais do que isso para deixar tudo em ordem. “Perdi gêneros alimentícios, houve saques no meu comércio e estou aproveitando o dia de sol para secar o que for possível”.

Bem próximo ao canal por onde passa o rio Granjeiro, proprietários de estabelecimentos comerciais contavam com a solidariedade de amigos para retirar a lama e recolher o lixo arrastado pelas águas.

“No salão onde trabalho, só ficou a cadeira do barbeiro”, disse João Paulo Domingos, 29, mostrando a entrada do Salão de Beleza Santa Edwirges, na Rua José Alves de Figueiredo, às margens do canal. Ele calcula prejuízos de R$ 6 mil. No total, os comerciantes calculam prejuízos de até R$ 800 mil.

O prefeito do Crato, Samuel Araripe (PSDB), reuniu ontem a imprensa para dizer que a Prefeitura levará ao Governo do Estado a proposta de construção de um novo canal para o escoamento das águas do rio Granjeiro, que pode sair por até R$ 60 milhões. São quatro quilômetros. Ele disse que o governo estadual já dispõe de R$ 200 mil para a elaboração do projeto.

A Secretaria da Ação Social do Crato distribuiu 250 cestas básicas para os desabrigados e para os que estão nas áreas de risco. Mais de 10 equipes fazem visitas aos bairros para coletar dados sobre a destruição causada pelas águas do rio Granjeiro. Carros-pipa levaram água potável também para as famílias afetadas.

Telefones da Coordenadoria da Defesa Civil: 199 e 193

Com informações O POVO Online

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