10 de junho de 2013

O caso da diminuição de salários dos professores em Juazeiro

A notícia correu o Brasil e deixou a opinião pública estupefata com o desespero de uma professora captada na foto de Diego Vieira
A cidade de Juazeiro do Norte tenta hoje retomar a rotina em meio a um clima de perplexidade, indignação e revolta depois de a Câmara Municipal ter aprovado um projeto de autoria do prefeito Raimundo Macedo (PMDB), reduzindo em até 40% o salário dos professores da rede pública do Município. Houve, além disso, o aumento da carga horária e o cancelamento de diversos benefícios e direitos, tais como as vantagens para professores próximos da aposentadoria ou que venham adquirir doenças no exercício da profissão.

A notícia correu o Brasil e deixou a opinião pública estupefata. Alegou-se a necessidade de contenção das despesas municipais e que os salários dos professores locais serem mais altos do que os de municípios vizinhos. Contudo, a mesma Câmara Municipal não deixou de prover o reajuste de 60% nos vencimentos dos próprios vereadores, prefeito, vice e secretários municipais, no ano passado.

Mesmo sob protestos e ao cabo de violenta repressão policial aos professores - inclusive, com cassetetes e sprays de pimenta -, o projeto foi aprovado por 63% dos votantes. O prefeito não assistiu ao espetáculo de violência, pois estava nos Estados Unidos para participar de evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), junto com outros colegas. Para azar seu, foi alvo de um pequeno incidente: chegou a ser detido e interrogado pela receita americana por estar carregando quantia de dólares em espécie acima do permitido em lei. Após interrogatório, foi liberado.

Todos esses ingredientes somaram-se para elevar a revolta dos professores atingidos e suscitar manifestações críticas em todo o País. De fato, é inconcebível que a esta altura dos acontecimentos uma autoridade pública reduza salários de uma categoria tradicionalmente mal remunerada e sacrificada como a dos professores. Muito mais razoável seria que a redução das despesas do município se desse em outros itens – inclusive nos vencimentos dos próprios vereadores e autoridades municipais.

A educação é a ferramenta principal de que dispõe um país para a criação de riquezas, promoção do desenvolvimento e inserção no mundo contemporâneo. Estamos reconhecidamente muito defasados em relação a esse instrumento e é incrível que ainda haja governantes contribuindo para um retrocesso ainda maior nessa área.

Com informações O Povo Online

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