7 de novembro de 2018

Transposição não termina este ano por Leonidas Cristino


Depois de seis anos de seca, e neste ano uma estação de chuvas insuficiente para repor o estoque de água nos açudes que abastecem o Ceará, o estado espera com urgência pelas águas da transposição do rio São Francisco. 

O governo prometeu concluir a obra no começo deste ano. Adiou o prazo para agosto, depois para outubro, e agora diz que vai concluir a obra no final do ano. Mas não fala a verdade.

O governo Michel Temer vai deixar para o presidente eleito a responsabilidade de concluir as obras do Eixo Norte da transposição, que beneficiam Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, sem cumprir uma promessa para com estes estados do Nordeste. Tenho denunciado a paralisação da obra, que o governo federal demonstra a falta de interesse e de compromisso para com o abastecimento de água da população desta região do País.

Tenho dúvidas se o próximo governo vai agir de modo republicano para com o Nordeste e dar a atenção que o Ceará merece, entregando esta obra pronta com a máxima urgência. As águas do rio São Francisco chegarão ao açude Castanhão através do Cinturão das Águas, o sistema de canais, túnel e estação de bombeamento construído pelo governo do Ceará.

A situação é preocupante, porque as reservas hídricas disponíveis nos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Fortaleza estão no limite. O açude Banabuiú, de 1,6 bilhão de metros cúbicos, está com apenas 5,88% da capacidade de armazenamento. O açude Castanhão, com capacidade para 6,7 bilhões de metros cúbicos, conserva 5,50% do estoque máximo. O açude Orós, que pode estocar até 1,9 bilhão de metros cúbicos, mantém apenas 6,86% da sua capacidade.

Da tribuna da Câmara dos Deputados, cobrei solução nas obras da transposição nos dias 10 de novembro de 2016, 9 de fevereiro de 2017 e 7 de março de 2017. O assunto pautou novos discursos nos dias 14 e 23 de março, 17 de maio e 6 de dezembro de 2017. Este ano, voltamos ao tema no dia 8 maio. O governo Temer optou pela vacilação e morosidade, não por falta de conselhos e soluções jurídicas e de engenharia apontadas por mim e alguns técnicos da área.

Publicado originalmente no portal O Povo Online

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