23 de julho de 2011

Juazeiro acorda para um novo século

Estatua do Pe. Cicero em Juazeiro do Norte - foto Cicero Vieira
O lugar de acolhida da “Nação Romeira” é agora cidade centenária. Juazeiro do Norte comemorou ontem seus primeiros cem anos com desfiles nas ruas e, como não poderia faltar em terra de tantas esperanças e gratidões, devoção nas igrejas.

Às 5 horas da manhã, queima de fogos em praças da cidade anunciava que o relógio regressivo marcando os dias para o centenário estava zerado. Já no começo da manhã, a rua São Pedro, das mais importantes do comércio, parou para acompanhar a passagem de fanfarras, grupos de lapinhas e encenações.

Não faltaram reverências a grandes nomes da história da cidade, como Padre Cícero, beatas Mocinha e Maria de Araújo e Floro Bartolomeu.

Batina, chapéu e cajados preto, o moreno Jackson Roseno, 10, teve o rosto pintado de branco para representar Padre Cícero no desfile cívico da manhã de ontem. “Ele era um padre muito bom que combatia os crimes”, conta Jackson. Para ele, morar na cidade é bom “porque aqui é terra sagrada”.

Logo atrás vinha a mais antiga lapinha em atividade na cidade: a Lapinha Santa Clara, comandada até a morte, em 2009, da mestra da cultura dona Tatai. A tradição, explica Felipe Gomes, coordenador, vem da França, mas ganhou contornos locais. “Tem da representação dos astros até personagens característicos de Juazeiro, como o Padre Cícero”.

O desfile cívico na cidade de tanta religiosidade católica abriu espaço para outros credos, com a passagem de mães e filhas de santo. “Na umbanda também tem padrinho ‘Ciço’, Santo Antônio...”, cita a filha de santo Adelina de Mendonça, 64.

À tarde, casamento coletivo de cem casais marcou a festa pelo centenário no ginásio poliesportivo da cidade. Os vestidos de todas as cores das noivas e os olhares nervosos dos noivos deram a marca na cerimônia.

Ontem foi o dia em que, depois de 23 anos juntos, Sebastião de Melo Neto e, agora com novo nome civil, Ana Rita de Melo, ambos com 40, pedreiro e doméstica, enfim disseram: “aceito”. “Minhas filhas ficaram muito alegres quando souberam”, sorri Ana Rita, que já é avó.

No fim da tarde, depois do atraso de políticos que disputavam lugar na basílica de Nossa Senhora das Dores, o bispo dom Fernando Panico celebrou missa solene. E os festejos não paravam. A programação contava ainda com entrega de comendas, lançamento de selos e carimbos, além de show de Ivete Sangalo e outras atrações.


Com informações O Povo Online

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