27 de outubro de 2014

Camilo Santana é eleito governador do Ceará

Camilo comemora vitória no Comitê Central em Fortaleza (Fabio Lima)
O terceiro mandato do grupo que comanda o Ceará há oito anos foi conquistado de forma diferente das eleições anteriores, nas quais Cid Gomes (Pros) foi vitorioso. O contexto político, a situação do Estado e o perfil do governador eleito Camilo Santana (PT) apontam para uma gestão que, se representa a continuidade do modelo, indica mudanças em áreas sensíveis. E necessidade de um jeito diferente de fazer política, diante da nova correlação de forças. 

Enquanto Cid, principal apoiador do governador eleito ontem, venceu duas vezes com mais de 60% dos votos e sempre no primeiro turno, Camilo enfrentou disputa bem mais parelha.

O primeiro governador eleito no Ceará pelo PT precisou passar por um segundo turno - só realizado antes uma vez na esfera estadual, em 2002. Camilo recebeu 53,35% dos votos, contra 46,65% do senador Eunício Oliveira (PMDB). A diferença foi de 303,7 mil votos.

O opositor teve 2,1 milhões de votos e venceu em Fortaleza com 176 mil a mais que Camilo. Além da divisão no eleitorado, o futuro governador encontra rachada a base de apoio que garantiu a tranquilidade para Cid governar. Pilares da sustentação política dos Ferreira Gomes, o PMDB está na oposição e parcela importante do próprio PT não apoia Camilo.

A maioria eleita na Assembleia no primeiro turno sinaliza para relativa paz no Legislativo. A oposição, todavia, a princípio se fortalece e deve causar mais incômodo que nos últimos oito anos.

Antes da apuração que daria a vitória ao seu candidato, Cid Gomes alertava, após votar em Sobral, para a necessidade de construir pontes. “A grande tarefa do Camilo agora é procurar unir o povo cearense. O governador não é só de uma banda, de um conjunto, de uma coligação”.

Com o resultado confirmada, o futuro governador reforçou a necessidade de diálogo, sem fechar as portas para o entendimento com Eunício e o PMDB.

“Campanha passou, vamos procurar dialogar. Vamos aguardar, vamos aguardar”.

Camilo se referiu a Cid como “maior governador da história”. “Mas vamos fazer um governo novo”, sinalizou.

Mantra repetido ao longo da campanha, ele reforçou que irá “garantir tudo de bom que conquistamos, corrigir o que não está bom, e apresentar novos projetos”.

Questionado sobre o que não estaria funcionando, preferiu apontar os maiores “desafios”: “Segurança e saúde, dois segmentos que vêm preocupando o cearense”, conforme disse na tarde de ontem, ao chegar a Fortaleza e antes da apuração.

O próximo governador destacou as ações que têm sido feitas, mas reconheceu a necessidade de melhorar o atendimento e ampliar a rede pública na saúde, por meio de parcerias com os municípios.

Na segurança, mencionou a ampliação do Raio como polícia ostensiva. E defendeu, sobretudo, a ampliação do programa “Em Defesa da Vida”, adotado pelo atual governo, inspirado na experiência pernambucana.

Como terceiro desafio crucial, mencionou a cultura e reafirmou o compromisso de ampliar o investimento no setor para 1,5% do orçamento, “quase cinco vezes mais que o que se investe”.

Como novidades de seu governo, Camilo apontou a promessa de Bilhete Único nos ônibus intermunicipais, inspirado na gestão Roberto Cláudio (Pros) em Fortaleza. E, ainda, a gradual transformação das escolas de ensino médio em escolas profissionalizantes.

As áreas em que deve haver maior continuidade são na gestão financeira e na educação. Entre seus quadros mais influentes provavelmente estarão o candidato derrotado ao Senado Mauro Filho (Pros) e a vice-governadora eleita Izolda Cela (Pros).

Com informações O Povo Online

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