24 de março de 2013

O Brasil que reagiu ao pastor Feliciano

Cartazes fixados em muros no centro da cidade de Crato demonstram indignação dos manifestantes ao pastor Marcos Feliciano – foto Nicolau Neto
Entre os desdobramentos que eclodiram após a eleição de Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, destaca-se a revelação de um Brasil que não aceitou a escolha que veio de cima. Sem dar trégua desde o dia da divisão das comissões, as muitas manifestações contra a posse do pastor travaram a pauta da CDHM e colocaram pressão sobre as maiores lideranças do Congresso Nacional.

Mais do que mostra de insatisfação com os rumos da comissão, as manifestações deixaram claro que o descaso com que a maioria dos partidos tratou a CDHM não condiz com a relevância dos temas em discussão no colegiado. A revolta atingiu desde movimentos sociais organizados à apresentadora Xuxa, que protestou pelo Facebook. As redes sociais, a propósito, têm sido o principal canal de indignação, mas as reações não ficaram restritas ao mundo virtual.

Na última quarta-feira, (20/03), Feliciano abriu sessão do colegiado sob vaias de manifestantes que lotavam as galerias da Câmara. Incapaz de dar prosseguimento à pauta dos trabalhos, o deputado abandonou a sala oito minutos após a abertura da reunião.

A pauta da sessão era debate sobre os direitos de portadores de transtorno mental. Porém, após quase 30 minutos de bate boca, a reunião foi encerrada sem qualquer discussão sobre o tema.

A situação colocou sob pressão o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que teria pedido que o PSC repensasse a indicação de Feliciano para o colegiado. Segundo Alves, que deu prazo para até a terça-feira, a situação do parlamentar na CDHM estaria “insustentável”.

Marco Feliciano, por outro lado, afirmou na última quinta-feira, (21/03), em entrevista a rádio do Grupo Estado, que não deverá renunciar “de maneira nenhuma” a presidência da comissão.

Apoiado pela repercussão popular do caso, grupo de deputados criou a Frente Parlamentar em defesa dos Direitos Humanos. A ideia é criar alternativa à CDHM no debate sobre os direitos humanos na Câmara, que estaria, segundo os parlamentares contrários à indicação de Feliciano, “inviabilizado” na comissão oficial. A proposta recebeu adesão inclusive de líderes partidários na Câmara, o que não costuma acontecer em frentes parlamentares do Congresso.

Com informações O Povo Online

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